• Avaliação Viva o Cinema:

Confesso que quando li a sinopse deste filme, não me animou muito, mas fui ver porque acompanho a carreira do diretor Guilherme Del Toro. Mas “A Forma da Água” me emocionou logo no início, ao ver a impecável interpretação de Sally Hawkins (Elisa) fazendo um papel de uma muda, ou seja, transmitindo toda a emoção somente com o olhar.

Muitos devem achar que é um conto de fadas. Não vou negar isso, mas o filme é muito mais que somente uma história infantil, muito pelo contrário, pois só sendo adulto e maduro para entender toda a sutileza desta bela produção. O longa é uma homenagem aos excluídos, pois além do homem-anfíbio, tem a muda e um homossexual e ainda por cima, tem momentos em que é mostrado o racismo e a homofobia. Mas “A Forma da Água” não é somente isso, é uma homenagem ao cinema, já que Elisa e seu vizinho Giles (Richard Jenkins, mais uma vez magistral) usam os musicais antigos como escapismo a realidade deles, pois a trama se passa durante a Guerra Fria. E nem preciso dizer que o filme é um tapa na cara dos preconceituosos e nos faz muito refletir sobre os rótulos que nossa sociedade coloca em cada um de nós.

O roteiro flui magistralmente, a fotografia é de aplaudir de pé, com tons mais escurecidos, a luz do Sol nem aparece no longa. E o elenco, mas que elenco, é todo de emocionar. Sally Hawkins, Richard Jenkins perfeitos e ambos merecedores de suas indicações ao Oscar. Octavia Spencer (Zelda) faz também um bom trabalho, mas ainda não consegue tirar os traquejos das suas personagens anteriores, então não sei se merecia a indicação de melhor atriz coadjuvante.

O longa “A Forma da Água” está indicado em incríveis 13 categorias: melhor filme, diretor (Guilherme Del Toro), atriz (Sally Hawkins), ator coadjuvante (Richard Jenkins), atriz coadjuvante( Octavia Spencer), trilha sonora, roteiro original, fotografia, figurino, edição ou montagem, design de produção, edição de som e mixagem de som.