• Avaliação Viva o Cinema:

Este é sem dúvida o filme mais fraco do diretor Tom Hooper, que fez o ótimo “O Discurso do Rei” e o imperdível “Os Miseráveis”, não que “A Garota Dinamarquesa” seja ruim, mas apresenta grandes problemas

Primeiro erro do filme foi o medo da ousadia, já que na história verídica, Gerda era bissexual e não esta mulher poderosa que compreende e aceita o marido trocar de sexo. Outra mentira do longa é mostrar Einar Wegener (Eddie Redmayne) como homem, na verdade o artista era intersexual, ou seja, tinha corpo de homem mas também tinha órgãos genitais femininos.Depois que o espectador procura na internet isso, dá a sensação de que foi enganado e que o objetivo do filme era ser linear para conseguir a indicação ao Oscar.

Outro problema do filme é o excesso de música para tentar forçar uma emoção que está no momento. No meio da produção, você já está de saco cheio de tanta música de fundo. O roteiro também apresenta falhas, como não mostrar a reação da sociedade dos anos 20 e seus preconceitos, como se naquela época o transsexual fosse aceito. No único momento em que mostra esta reação, a cena fica deslocada do resto do filme, como um buraco no meio do roteiro.

A sinopse: Cinebiografia de Lili Elbe (Eddie Redmayne), que nasceu Einar Mogens Wegener e foi a primeira pessoa a se submeter a uma cirurgia de mudança de gênero. Em foco o relacionamento amoroso do pintor dinamarquês com Gerda (Alicia Vikander) e sua descoberta como mulher.

Mas o filme também tem as suas qualidades e emociona sim até quem tem coração de ferro. Se você não liga para isso que escrevi anteriormente, vai conseguir sim ver um belo trabalho. Planos de câmera perfeitos, passando todo o sentimento só com as imagens, como nas cenas que Einar passa a mão nas roupas femininas, nestes especiais momentos, os movimentos de câmera estão perfeitos. E boas interpretações do elenco. Eddie Redmayne ( Einar Wegener / Lili Elbe) está bem, mas com uns trejeitos um pouco caricatos, como a mania do tempo todo olhar para baixo. Alicia Wikander (Gerda Wegener) está ótima e merece o favoritismo para o Oscar de melhor atriz coadjuvante.

O filme foi indicado a 4  Oscar: Melhor ator (Eddie Redmayne), atriz coadjuvante (Alicia Wikander), Figurino e Direção de Arte.