• Avaliação Viva o Cinema:

O novo filme do diretor Craig Gillespie é uma história real tão absurda, que talvez por isso o roteiro tem momentos que parece  um falso documentário, com depoimentos dos atores, como se fossem as pessoas envolvidas. Talvez isso tenha sido a grande sacada de “Eu, Tonya”, já que nos primeiros minutos, o espectador percebe que está diante de uma produção que não é para ser levada a sério.

O roteiro também ironiza e até esculhamba o padrão de beleza e felicidade dos americanos, o famoso “american way of life” e uma frase dita por Tonya (Margot Robbie) resume isso: “Este país procura alguém para amar e para odiar”. Nos momentos mais dramáticos, em que o longa poderia cair em um melodrama, a música que acompanha a situação tem uma letra ironizando o que vemos na tela. Quando a protagonista é rejeitada como patinadora, por não ter uma imagem de família feliz e não ser da elite, mais uma crítica a hipocrisia da sociedade americana. Como se não bastasse tudo isso, o espectador é brindado com imagens belíssimas de patinação no gelo e com uma fotografia perfeita.

O elenco está espetacular, todo ele, mas com destaque absoluto para Allison Janney (Lavona), como uma mãe desnaturada e má, numa interpretação que merece todo o favoritismo ao Oscar de melhor atriz coadjuvante. Margot Robbie (Tonya) também está muito bem e merece a indicação ao Oscar de melhor atriz. Até o irregular Sebastian Stan (Jeff) faz um bom trabalho.

Com isso tudo, o longa não foi indicado como melhor filme, acreditem se quiser. Coisas da Academia….. Mais uma injustiça na longa lista do Oscar.

Sinopse: Desde muito pequena exibindo talento para patinação artística no gelo, Tonya Harding (Margot Robbie) cresce se destacando no esporte e aguentando maus-tratos e humilhações por parte da agressiva mãe (Allison Janney). Entre altos e baixos na carreira e idas e vindas num relacionamento abusivo com Jeff Gillooly (Sebastian Stan), a atleta acaba envolvida num plano bizarro durante a preparação para os Jogos Olímpicos de Inverno de 1994. Baseado em fatos reais.

O longa foi indicado a 3 Oscar: melhor atriz (Margot Robbie), atriz coadjuvante (Allison Janney) e Edição.