• Avaliação Viva o Cinema:

Poucas vezes se viu um filme tão difícil de se realizar como “Todo Dinheiro do Mundo”.  Para começar, o ator Kevin Spacey teve que ser substituído em cima da hora por Christopher Plummer. Tudo porque Spacey foi um dos principais atingidos pelos recentes escândalos de assédio que assolaram Hollywood. Com isso, os outros atores, como Mark Wahlberg e Michelle Williams tiveram que refazer quase todas as cenas, até aí, estes astros já estão acostumados a fazerem isso, mas o que ocorre é que Wahlberg ganhou 1.500 vezes mais que Williams para refilmar as cenas, o que gerou de imediato uma chiadeira de várias atrizes. Por que estou relembrando tudo isso? Porque esta deve ser uma das explicações para que o novo longa dirigido por Ridley Scott, responsável por clássicos como o primeiro “Blade Runner” e “Gladiador”, fizesse um filme tão irregular.

Depois de um início promissor, com uma homenagem ao mestre Frederico Fellini e sua obra-prima, “A Doce Vida” no primeiro minuto, a produção desanda para uma repetição cansativa e um detalhismo que testa a paciência do espectador. Os melhores momentos são quando Christopher Plummer (Paul Getty) aparece. O ator arrasa no papel do bilionário e merece a indicação ao Oscar de coadjuvante. A relação do sequestrado com os seus carrascos é extremamente forçada, assim como a relação do Paul (Charlie Plummer) com sua mãe, interpretada pela atriz Michelle Williams, que faz uma interpretação extremamente regular e decepciona o público que sempre espera um grande trabalho dela.

O filme se recupera nos últimos minutos e os cenários, principalmente quando aparece a mansão de Paul Getty são sim impressionantes. Ou seja, o longa não é ruim, mas espera-se algo melhor de uma produção dirigida por Ridley Scott.

Sinopse: Itália, 1973. John Paul Getty III (Charlie Plummer) é o neto favorito do magnata do petróleo J. Paul Getty (Christopher Plummer), um dos primeiros bilionários da história da humanidade. O sequestro do rapaz coloca a sua mãe, Gail Harris (Michelle Williams), em uma corrida desesperada para convencer o ex-sogro a pagar o resgate milionário do filho. Frio, manipulador e mesquinho, Getty irá encarregar o ex-espião Fletcher Chase (Mark Wahlberg), seu homem de confiança, de descobrir quem e o que está por trás do crime, solucionando o problema sem o desperdício de nenhum centavo de sua fortuna. O filme é baseado em fatos reais.

Filme foi indicado ao Oscar de melhor ator coadjuvante (Christopher Plummer).