• Avaliação Viva o Cinema:

O novo filme do mestre Paul Thomas Anderson (“Boogie Nights”, “Sangue Negro”) dá margem a várias interpretações. Mas segundo este crítico, a trama gira em torno de um complexo de Édipo mal resolvido. A história gira em torno de Reynolds Woodcock (Daniel Day-Lewis),um renomado estilista, que se encanta com Alma (Vicky Krieps) e a torna sua esposa e musa inspiradora.

A partir daí, o espectador é lançado num interessante jogo de poder entre os dois, como na costura, ás vezes a agulha está em cima e outras embaixo do tecido, uma verdadeira trama. Alma com uma obsessão doentia por Reynolds,  querendo que todas aquelas mulheres que colocavam ele em um pedestal, sumissem, para que ela fosse a única da sua vida, para que ele dependesse dela para tudo, até para comer. Reynolds precisando dela para ocupar o espaço deixado por sua mãe, que faleceu e sempre foi o grande amor de sua vida. E o roteiro não fica com muitas delongas, joga logo o espectador neste espiral de sentimentos, nesta doentio jogo de poder.

Como se não bastasse, Paul Thomas Anderson ainda homenageia mestres, como Ingmar Bergman, que adorava este tipo de temática e Alfred Hitchcock, que também fazia longas com o mesmo pano de fundo.

Daniel Day-Lewis, bom, nem preciso dizer que arrasa mais uma vez e provavelmente é o melhor ator do cinema atual. Claro que mereceu mais uma indicação ao Oscar, mas não tem chances de vencer, já que a estatueta deverá ir para Gary Oldman (“O Destino de Uma Nação”).  Lesley Manville (Cyril) faz um bom trabalho mas não merecia a indicação ao Oscar de melhor atriz coadjuvante. O longa ainda está indicado a mais 4 estatuetas: melhor filme, diretor, figurino e trilha sonora.