• Avaliação Viva o Cinema:

Antes de mais nada, A Filha Perdida é um filme sobre a maternidade, principalmente em casais jovens. E o roteiro traz várias nuances sobre o tema. Principalmente através de flashbacks.

Além disso, o roteiro mostra a questão na juventude e na imaturidade de encarar uma responsabilidade tão pesada. Assim como mostra a mesma mulher, em uma fase madura, amargurada por não ter dado tanta atenção as suas filhas.

E o filme impressiona, pois de uma forma simples, passa todos os sentimentos ao espectador. Mas isso também se deve muito a câmera. Pois, nos momentos em mostram a Leda jovem (Jessie Buckley) tentando lidar sozinha com suas filhas, a câmera fecha na personagem dando uma certa claustrofobia ao espectador. Já que vale lembrar que o roteiro também mostra como um casal jovem tem filhos, o que isso implica. Mostra inclusive como a decisão de ter filhos fora de hora pode prejudicar um casamento.

E a questão é mostrada principalmente nas cenas em que a Leda Jovem se masturba para tentar ter o prazer sexual que tinha com o marido antes de engravidar.

Com intensidade de Ferrante, 'A Filha Perdida' traz sentimentos conflitantes da maternidade para as telas - Revista Marie Claire | Cultura

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E isso tudo é contado através de flashbacks de uma Leda já na faixa dos 40, interpretada por Olivia Colman. Então, a personagem decide fazer uma viagem à Grécia e deixar as filhas já crescidas com o pai. Mas lá se encontra com um grupo de jovens e ela se envolve com Nina (Dakota Johnson), uma mãe que teve uma filha praticamente na mesma idade que ela. E Callie (Dagmara Dominczyk) que está grávida e é também da mesma idade.

Então Leda começa a relembrar o seu passado com suas filhas. E o roteiro não minimiza o remorso da personagem, pois é uma mulher amargurada e triste. Aliás, uma das cenas mais tocantes do filme é quando ela resolve dar banho e cuidar de uma boneca como se fosse uma criança. Esta cena comove e passa toda a dor da personagem.

Olivia Colman está, como sempre, espetacular. A interpretação de uma personagem com estas nuances poderia ser exagerada. Mas Colman dá o tom exato e merece, com louvor, a imdicação ao Oscar de melhor atriz. Assim como Jessie Buckley, a Leda jovem, que passa toda irritação, egoísmo e tristeza da personagem e também merece a indicação a melhor atriz coadjuvante. Além disso, o roteiro de Maggie Gyllenhaal, irmã de Jake Gyllenhaal, que é redondo e merece a indicação a melhor roteiro adaptado. Vale lembrar que o roteiro não tem um furo.

O filme está disponível no Netflix.