• Avaliação Viva o Cinema:

O renascimento de Mel Gibson como diretor. Depois de vários escândalos e posições polêmicas, ele volta a concorrer ao Oscar com um bom filme, que poderia ter sido melhor se fosse menos patriótico, pois o grande pecado de “Até o Último Homem” é o americanismo exacerbado e a ideia de achar que os EUA é do bem e o rival é do mal, o que é muito comum em longas de guerra feitos em Hollywood.

Um aviso, se não quer ver cenas pesadas de gente perdendo perna e sangue jorrando nas cenas de guerra, não vá ver o filme, pois um mérito do mesmo é ser extremamente realista e não poupar os espectadores do horror que é um conflito armado.

O roteiro soube muito bem mostrar os conflitos de um pacifista no meio da guerra e com uma interpretação espetacular do ex-Homem-Aranha, Andrew Garfield. O filme poderia ter se tornado didático, chato e melodramático, mas fugiu muito bem desta armadilha. Mas ao mesmo tempo, Gibson não consegue abandonar o fanatismo religioso que já lhe causou tantas polêmicas e isso é deixado bem claro nas falas do protagonista.

Outro mérito do filme é a homenagem que Gibson faz ao clássico “Nascido Para Matar”, do mestre Stanley Kubrick, na cena em que o sargento entra no dormitório dos soldados.

Em um momento em que o ódio ao diferente está imenso no mundo, o cineasta vem com um questionamento sobre o amor ao diferente e isso é bem nítido na construção de Desmond (Andrew Garfield), que é ingênuo, antissocial. Este talvez seja um dos maiores méritos do filme.

Sinopse do longa, baseado em história real: Durante a Segunda Guerra Mundial, o médico do exército Desmond T. Doss (Abdrew Garfield) se recusa a pegar em uma arma e matar pessoas, porém, durante a Batalha de Okinawa ele trabalha na ala médica e salva mais de 75 homens, sendo condecorado. O que faz de Doss o primeiro Opositor Consciente da história norte-americana a receber a Medalha de Honra do Congresso.

“Até o Último Homem” foi indicado a 6 Oscar: Melhor filme, diretor, Ator, Edição, Mixagem de Som e Edição de Som