• Avaliação Viva o Cinema:

Muitos questionaram se em um mundo tão tecnológico como de hoje, uma versão da Cinderela daria certo. Mas o diretor Kenneth Branagh consegue modernizar uma história que muitos consideravam antiquada e faz isso com uma beleza incrível, já que a fotografia é belíssima, assim como os movimentos de câmera, fazendo com que o espectador seja meramente uma testemunha da história ali contada, sem grandes invenções.
A Disney acertou ao fazer um live-action, filme com atores, de seus contos de fadas que permeavam a imaginação da criançada até pouco tempo atrás. O roteiro é enxuto, sem grandes desdobramentos, sem fugir quase nada do antigo desenho animado, sem muitos efeitos especiais, mas mesmo assim encanta até os corações mais duros. A história é a que muitos conhecem: Depois da morte da mãe, o pai de Ella decide se casar de novo com uma mulher que tem duas filhas, só que a madrasta e as irmãs postiças resolvem infernizar a vida da protagonista.
A escalação do elenco não poderia ser mais acertada. Lily James parece que se despiu da personagem dela em “Downton Abbey” e faz uma Cinderela encantadora. Richard Madden (“Game of Thrones”) não tem uma interpretação espetacular, mas encarna bem um príncipe de conto de fadas. Mas quem rouba a cena mesmo, mais uma vez, é a Cate Blanchett, como a madrasta má, em um papel que poderia facilmente cair para uma caricatura, mas que a atriz desempenha com uma perfeição impressionante, despertando ao mesmo tempo uma raiva no espectador e divertindo com a ironia e o humor negro, que diga-se de passagem, mérito também do roteirista Chris Weitz.
Enfim, é um filme para causar encanto e sonhos em todos os espectadores, independente da faixa etária, já que não é um filme infantil como muitos têm pensado.

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