• Avaliação Viva o Cinema:

Antes de começar a crítica, vamos relembrar algumas polêmicas de Emilia Pérez. A protagonista do filme e indicada ao Oscar de melhor atriz, Karla Sofía Gascón , acusou a Fernanda Torres de atacar o seu filme. Disse a atriz que “Em nenhum momento você me verá falando mal de Fernanda Torres ou do filme de Fernanda Torres. Mas, por outro lado, existem pessoas que trabalham no ambiente de Fernanda, que falam mal de mim e de Emilia Pérez”.

Outra polêmica é que o filme se passa no México, contudo o diretor é francês, os personagens falam inglês. Isso pegou mal principalmente no México. Além disso, o longa mostra uma visão estereotipada negativa do país latino. Karla Sofía Gascón também teve tweets relembrados e nestes ela faz críticas a pessoas muçulmanas na Europa, a movimentação negra após o caso George Floyd e a diversidade cultural no Oscar.

Jacques Audiard é um diretor que admiro muito, vide Ferrugem e Osso e Deephan, entre outros grandes filmes.

Agora vamos falar de Emilia Pérez

Agora vamos falar do filme. Logo no início do longa vemos Rita (Zoe Saldaña) tendo que lidar com um telefonema de um chefe do tráfico falando em matar uma pessoa como se trocasse de roupa. Já na primeira música do longa, é dito que o México é “um país que pede socorro”, alimentando mais ainda a polêmica. Isso enquanto Rita tentar livrar um chefe do tráfico da acusação de ter matado a esposa.

Logo após este julgamento, mostra a advogada interpretada por Zoe Saldaña dizendo que está com gosto amargo. Então mostra ela lavando as mãos como se quisesse lavar toda a sujeira. Aqui o longa discute a ética na advocacia.

Na história, Rita é uma advogada contratada pelo chefe do tráfico Manitas. Ele quer mudar de sexo e começar uma vida nova longe do crime. A fotografia do filme é um dos pontos altos, variando de tons “marginais” a tons escuros.

Quando saiu a notícia que Manitas havia morrido, mostra um livro sendo queimado. Como se o personagem quisesse deixar o passado para trás. O filme também levanta um importante questionamento. Será que um criminoso pode se redimir e se arrepender dos seus crimes?

Emilia Pérez é um anti-musical. Com canções irônicas e sem sentido, como a da troca de sexo. Apesar das polêmicas, o filme é bom. O longa foi indicado a 13 Oscar: melhor filme, direção, atriz (Karla Sofía Gascón), atriz coadjuvante (Zoe Saldaña), roteiro adaptado, fotografia, edição, som, filme internacional, trilha sonora e canção original, com duas concorrentes: El Mal e Mi Camino.