Holy Spider

Primeiramente, vale lembrar que Holy Spider foi um dos grandes destaques de Cannes 2022. Mas o que fez o filme ganhar tanta notoriedade? Antes de mais nada, o longa do diretor Ali Abbasi expõe como poucos como a sociedade iraniana é execrável. Vemos todo sexismo, machismo, e como a mulher é vista como algo secundário naquele país. E é tão flagrante que é difícil não revirar o estômago.
O filme conta a história verdadeira de Saeed Hanaei, um assassino que matou 16 prostitutas entre 2000 e 2001 no interior do Irã. Mas as cenas mostra todo o prazer do criminoso em matar estas mulheres. De acordo com ele, queria limpar a sua cidade de toda a “impureza”.
Apesar de seguir um pouco o padrão hollywoodiano deste estilo de filme, como Seven ou Zodíaco, aqui o assassino é revelado logo no início do roteiro.
Mais sobre Holy Spider
Além disso, o roteiro trabalha muito bem o longa com as duas perspectivas, a do assassino e a da jornalista Rahimi (Zar Amir Ebrahimi). A intimidade de Saeed é toda mostrada e sua relação com a família. Ao mesmo tempo, vemos a jornalista obcecada por desvendar o caso, apesar da má vontade das autoridades locais.
Mas o que mais choca é que apesar dos crimes, Saeed contava com grande apoio popular. Sendo tratado como herói pela maior parte dos cidadãos. Inclusive a família de Saeed se orgulhava dos seus crimes.
Ou seja, não é um filme fácil de se ver, precisa estar preparado. Principalmente porque os planos de câmera do diretor Ali Abbasi acompanhando cada detalhe, transmite muita angústia e repulsa. Contudo por isso que o longa merece ser visto e ser motivo de reflexão.
Enfim, a atriz Zar Amir Ebrahimi ganhou o prêmio de melhor atriz em Cannes e o longa ainda foi indicado à Palma de Ouro. E está disponível no MUBI.
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