• Avaliação Viva o Cinema:

Como é bom ver o mestre Spike Lee voltando à velha forma. O cineasta faz em Infiltrado na Klan o que o consagrou como um dos grandes diretores de cinema.

O filme conta uma história real, mas que de tão absurda, parece ter saído de um conto.Vale lembrar que o longa fala de um policial negro que consegue se infiltrar na Ku Klux Klan, grupo de supremacia branca. E Lee acerta ao dar ao filme um tom de farsa, de fake mesmo. Usando muito um texto irônico, que faz refletir do mesmo modo que causam risos. Com isso, o diretor foge de fazer mais uma produção comum sobre o racismo nos EUA. Outro acerto foi optar por usar um tom bem anos 70, tanto nas cores, como nos visuais dos personagens.

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Apesar de ser um filme falando da Klan, o diretor evita colocá-los como vilões. Nem os policiais como heróis. É um longa de um assunto sério, mas que ri da situação em si.

Outras qualidades de Infiltrado na Klan

Além disso, o roteiro ataca filmes como O Nascimento de Uma Nação (1915), já que é considerado um ícone do cinema racista. Porém , Lee também ataca o movimento blaxploitation americano, que era o cinema dos negros e foi famoso nos anos 70.  Ele critica fazendo o uso exagerado e mostrando o discurso até um pouco extremistas dos Black Powers. Se não fosse o suficiente, Lee mostra que a Klan não atacava só os negros, mas os judeus. Isso é muito bem representado através do personagem interpretado por Adam Driver.

Outro acerto foi ter feito um paralelo do que houve no passado do que está ocorrendo no presente, como o absurdo conflito racial em Charleston.

John David Washington (Ron Stallworth) faz uma interpretação impecável e merecia uma indicação ao Oscar. Adam Driver (Flip Zimmerman) também faz um belo trabalho e mereceu a indicação para melhor ator coadjuvante. Já Gina Belafonte (Gina) faz uma interpretação frágil e caricata.

Sinopse: Em 1978, Ron Stallworth (John David Washington), um policial negro do Colorado, conseguiu se infiltrar na Ku Klux Klan . Ele se comunicava com os outros membros do grupo através de telefonemas e cartas.Quando precisava estar fisicamente presente enviava um outro policial branco no seu lugar. Depois de meses de investigação, Ron se tornou o líder da seita. Então, ficou sendo responsável por sabotar uma série de linchamentos e outros crimes de ódio orquestrados pelos racistas.

Infiltrado na Klan foi indicado a 6 Oscars: melhor filme, diretor, ator coadjuvante (Adam Driver), edição, roteiro adaptado e trilha sonora.