• Avaliação Viva o Cinema:

Filme tem que ter necessariamente reviravoltas e ritmo acelerado? Claro que não e este é o grande mérito de “Lady Bird”. O filme conta a história de uma garota que está chegando na maturidade. Ao ler isso, você deve estar pensando que já viu milhares de longas parecidos. Concordo com isso, mas onde isso é demérito. E a qualidade de “Lady Bird” está em contar a história sem pieguices, sem uma emoção forçada, o espectador rir e se emociona naturalmente com as situações  da vida da protagonista e os seus conflitos com a mãe (Laurie Metcalf, espetacular). Os diálogos também são muito inspirados no dia-a-dia.

O longa mostra sim os conflitos da adolescência, a chegada a maturidade, mas com um tom sério e sóbrio, ajudado pela imagem, sempre um pouco “desbotada”, ou seja, com um quê de nostalgia. Outro acerto foi ambientar a produção pouco após o 11/9/2001, quando houve o ataque terrorista e como isso afetou a vida americana até na distante Sacramento, cenário do filme.

Na verdade, Lady Bird é o nome que a protagonista deu a si mesmo, por não gostar do seu real nome: Christine McPherson. Bird quer dizer pássaro e é isso mesmo que a protagonista busca, liberdade, poder voar para longe dos seus pais e daquela cidade que ela não gosta, de ir para Nova York. E a protagonista também deseja que a compreendam por isso.

O filme é a estreia na direção da atriz Greta Gerwig (Frances Ha). Saoirse Ronan (Lady Bird) está esplendorosa no papel, assim como Laurie Metcalf (Marion). O resto do elenco está regular somente.

O longa foi indicado a 5 Oscar: melhor filme, direção, atriz (Saoirse Ronan), atriz coadjuvante (Laurie Metcalf) e roteiro original.