No Ritmo do Coração
O filme No Ritmo do Coração (Coda) é uma verdadeira pérola. O longa dirigido e roteirizaado por
Sian Heder é de uma profundidade imensa.
Antes de mais nada é preciso dizer que, apesar das aparências, este não é mais um filme padrão de uma família “diferente”. Então, através da surdez dos personagens, o roteiro toca também em assuntos importantes como o preconceito e o bullying. Mas tudo de uma forma leve, sem apelar para o melodrama. Talvez este seja um dos grandes méritos do filme.
Além disso, o roteiro também aborda a questão da maturidade antes do tempo diante das circunstâncias. No longa, Ruby (Emilia Jones) é a única de uma família de surdos que escuta, em uma cidade pesqueira do interior dos Estados Unidos.
Mas vale lembrar que o filme é uma versão do francês A Família Bélier. Contudo tem um detalhe que faz toda a diferença. Os atores são realmente surdos na vida real.
Outro grande mérito da diretora é sim dar ênfase a comunicação americana de sinais. Isso tem um papel central na trama.
Além disso, a câmera muitas vezes aberta mostra bem o vazio dos personagens e todo o drama que eles tem que encarar. Mas o roteiro também tem momentos hilários, de rolar de rir. Por exemplo, quando Ruby está com namorado na casa e no quarto ao lado seus pais fazendo um sexo barulhento. Tudo isso tratado com muita sutileza.
Mais qualidades de No Ritmo do Coração
O que impressiona no roteiro a todo momento é a sensibilidade. Nada aqui é tratado de maneira fria. Ou seja, o filme faz refletir e emociona. Mas também faz gargalhar.
Troy Kotsur (Frank), que interpreta o pai de Ruby impressiona muito na interpretação e merece com louvor a indicação ao Oscar de melhor ator coadjuvante. Mas a Academia fez uma injustiça ao não indicar Emilia Jones (Ruby) que também impressiona.
O longa foi indicado ao Oscar de melhor filme, ator coadjuvante (Troy Kotsur) e roteiro adaptado.
Sinopse:O filme conta a história de uma família com deficiência auditiva que comanda um negócio de pesca em Gloucester, nos Estados Unidos. Ruby (Emilia Jones). A única pessoa da família que escuta. Além de ajudar os pais e o irmão surdo com as atividades do dia-a-dia. Mas por conta disso, ela é vista como alguém estranha em sua escola. Mas isso até ela se juntar ao coral, onde acaba se envolvendo romanticamente com um de seus colegas. Além de começar a fazer amizades. Com o tempo, ela percebe que tem uma grande paixão por cantar e seu professor a encoraja a tentar entrar em uma escola de música, já que sua voz é linda. Enquanto isso, sua família luta para pagar as contas com o negócio de pesca, pois novas taxas e sanções são impostas pelo conselho local. A jovem, então, treina para ser aceita na faculdade de Berklee, onde poderá seguir com o canto, mas ela precisa decidir entre continuar ajudando sua família ou ir atrás de seus sonhos.
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