O Auto da Compadecida 2

É inegável que é uma delícia rever Chicó e João Grilo em O Auto da Compadecida 2 depois de 20 anos vivendo no imaginário popular. Matheus Nachtergaele e Selton Melo voltam a seus personagens originais e mais uma vez dão banho de interpretação.
Assim como na vida real, o filme também dá um salto temporal e acompanhamos o reencontro de João Grilo e Chicó em Taperoá. A dupla tem que voltar as malandragens e espertezas de antes ao encontrar novos e velhos personagens.
No original vemos uma crítica afiada ao fanatismo religioso, a hipocrisia social em temas como ganância, casamento. E estas críticas são atualizadas quando a dupla se vê envolvida em uma disputa pelo poder em Taperoá.

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João Grilo tem que usar a sua famosa malandragem para sobreviver novamente. Tudo porque Chicó criou a imagem do amigo como se fosse uma espécie de santidade que voltou à vida depois de morrer. O que de fato ocorreu no original.
Mas agora os alvos da dupla são um radialista, um poderoso coronel, além da população, que vê o personagem João Grilo como uma espécie de santo.
É natural o espectador estranhar um pouco os personagens, 20 anos depois, eles se modificaram. Mas os trejeitos da dupla fazem rapidamente esta estranheza sumir. Mas o roteiro falha ao não explicar direito o motivo do afastamento da dupla, mas ao mesmo tempo dá um ar de homenagem a personagens tão icônicos.
Os velhos personagens retornam, como a Rosinha (Virginia Cavendish) e o cangaceiro João Brejeiro (Enrique Diaz). Além deles, tem os personagens de Humberto Martins, Fabíula Nascimento, Eduardo Sterblitch, Luís Miranda e Taís Araújo como a Compadecida.
Contudo o roteiro falha também ao criar arcos mais dramáticos aos personagens, eles meio que parecem jogados na história. Além disso, a interpretação de Taís Araújo não convence.
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