O Brutalista

O Brutalista conta com uma interpretação marcante de Adrien Brody depois de mais de duas décadas de O Pianista. Uma interpretação que poderia muito bem passar para um melodrama, mas o ator acha o equilíbrio perfeito. Ou seja, merece a indicação ao Oscar de melhor ator.
O filme pode até dar preguiça por sua longa duração, de 3h30min, mas o que se vê é um longa com um que de épico. Além disso, levanta questões que faz o espectador refletir, mesmo quando acaba a projeção.Mas o filme tem um intervalo de 15 minutos. O roteiro começa no final dos anos 40, quando László Toth foge dos horrores do nazismo e entra nos Estados Unidos e consegue um trabalho como arquiteto. Ele deixa para trás a esposa e a sobrinha, que ainda estão na Europa.

Mais sobre O Brutalista
A primeira reflexão que o espectador faz é de que o famoso sonho americano não existe. Graças a seu talento como arquiteto, László é contratado pelo milionário Harrison Von Burren. E é interessante observar a relação entre eles, que começa com uma amizade e admiração e se torna, com o tempo, uma relação de antagonistas.
Von Burren, em ótima interpretação de Guy Pearce, é a representação de como o capitalismo pode parecer opressor. Além disso, é o símbolo de que o sonho americano não existe mesmo.
László terá a demonstração de que fugir da Segunda Guerra Mundial não o livrará dos problemas. Ou seja, não importa se você é instruído e com formação. O capitalismo americano não deixará ele crescer e o fará sempre lembrar de onde veio, da Hungria.Ou seja, ele será sempre visto como um estrangeiro. Tema mais atual impossível agora com Donald Trump na presidência.
E esta sensação irá piorar com a chegada Erzsébet ( Felicity Jones) e Zsófia ( Raffey Cassidy), esposa e sobrinha de László. A esposa chega fisicamente abalada, com uma osteoporose causada pela fome que passou. Mas é formada intelectualmente. A arquitetura de László reflete muito bem a sua vida e o horror da guerra, com desenhos afiados e frios.
Em uma situação em que László, sua esposa e sobrinha são tratadas como “estranhas” conseguem até atrair olhares curiosos, mas precisam de alguma forma servir ao capitalismo americano. E esta pressão faz com que o arquiteto e sua esposa se tornem dependentes químicos. Como disse no início, Adrien Brody está perfeito e merece sim a indicação ao Oscar de melhor ator. Assim como Guy Pearce e Felicity Jones entregam interpretações perfeitas e merecem suas indicações ao Oscar
Enfim, O Brutalista está indicado a 10 Oscar: melhor filme, direção, ator. Ator coadjuvante (Guy Pearce), atriz coadjuvante (Felicity Jones), roteiro original, fotografia, edição, design de produção e trilha sonora.
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