O Iluminado
Resolvi rever este clássico do terror. Antes de mais nada é preciso dizer que O Iluminado não consegue envelhecer. Ou seja, mantém a mesma densidade mesmo depois de mais de 40 anos de seu lançamento.
O gênio Stanley Kubrick nos brinda com a melhor adaptação de um romance do mestre do terror, Stephen King. Mas, por incrível que pareça, King não pode nem ouvir falar deste filme.
Kubrick é conhecido pelo capricho nas produções. E aqui o espectador pode esperar uma experiência de terror totalmente imersiva, como poucas vezes vistas no gênero.
Logo na longa primeira cena, vemos um fusca amarelo indo para um hotel através de uma estrada tortuosa e uma trilha sonora perturbadora ao fundo. Contudo, muitos irão dizer que isso não tem nada demais. Porém, ali Kubrick já mostra que estaremos diante de um grande filme de terror.
O longa é um terror genuíno, sem apelações, sem jump scares. Ou seja, aqui o medo e o pavor nascem naturalmente no espectador.
Mais sobre a experiência O Iluminado
O filme é uma experiência mesmo. Já que o roteiro dá margem a várias interpretações. E isso se deve aos diálogos dúbios. De um lado temos um pai (Jack Nicholson) sendo levado à loucura e de outro um filho com um dom de se comunicar com fantasmas do passado. Além disso, o cenário é um hotel isolado no meio de uma nevasca.
E Kubrick explora isso com maestria, como sempre, e proporciona ao espectador uma experiência claustrofóbica e perturbadora. O cineasta explora tudo, desde o cenário de um hotel assustador e vazio até as histórias de um quarto 248. Além disso, para completar, tem também a história de que o hotel teria sido construído em cima de um cemitério indígena. Isso não é um spoiler, pois é dito logo nos primeiros minutos.
E claro, prepare-se para ver muito vermelho, característica do diretor. Agora revendo o filme, me fez lembrar como o talento absurdo de Jack Nicholson faz falta no cinema. Que interpretação magistral. Já o mesmo não dá para dizer de Shelley Duval(Wendy), que deixa a desejar. Já Danny Lloyd (Danny) arrasa no papel do menino perturbado pelo dom.
Mas o que tenho que dizer é: Não se fazem mais cineastas como Stanley Kubrick.
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