O Quarto de Jack (The Room,2015)
O diretor Lenny Abrahamson já havia chamado a atenção com o ótimo “Frank” e agora, com “O Quarto de Jack”, fez um filme primoroso, que conta a história de uma mulher e seu filho, que vivem em um cativeiro por 7 anos depois dela ter sido sequestrada. Quando o cineasta quis adaptar o livro homônimo, escrito por Emma Donoghue, muitos achavam impossível, já que o texto não tem muito da linguagem do cinema.A solução foi chamar a autora para escrever o roteiro e o que se vê é um longa emocionante, poético, que faz com que o espectador não desgrude da tela.
Mas este é o tipo de longa que não se pode contar muito para não estragar a surpresa, já que o encantamento está nos detalhes, por isso, esta crítica será mais enxuta.
O grande acerto do filme foi fazer todos os acontecimentos com os olhos do filho, interpretado por Jacob Tremblay, o que faz com que toda a dureza da situação seja amenizada por uma certa fantasia. Um dos momentos mais poéticos é quando Jack fala com os móveis do quarto como se fossem amigos, já que ele nasceu em um cativeiro e nunca tinha visto o mundo exterior. São pequenos detalhes que emocionam e encantam. O roteiro também está muito bem escrito, alternando momentos de tensão e poesia como visto em poucos filmes recentemente.
O elenco está espetacular. Brie Larson, perfeita como a Ma e merece todo o favoritismo para ganhar o Oscar de melhor atriz e desde já o blog torce por ela. Jacob Tremblay também está ótimo, o que não dá para entender o motivo da Academia não ter lhe dado uma indicação. Mas também quero destacar a presença da grande Joan Allen, como a mãe e avó, que sempre arrasa na tela.
O filme foi indicado a 4 Oscar: melhor filme, atriz (Brie Larson), direção e roteiro adaptado.
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