Os Oito Odiados (The Hateful Eight,2015
O novo filme do mestre Quentin Tarantino são dois longas em um. Na primeira metade, vemos um ode ao cinema clássico, com influências claras do genial diretor John Ford. Na segunda parte, vemos um Tarantino típico, com diálogos afiados, cenas exageradas de sangue. Ou seja, mais uma obra-prima do diretor.
Além disso, o filme, que se passa em sua maioria, em um só ambiente, é um cromossomo da sociedade americana, abordando a polêmica da imigração nos Estados Unidos, além do racismo e do sexismo, além é claro do cowboy típico daquele país. Outro aspecto positivo foi colocar todos eles igualmente canalhas e sanguinários, fazendo com que o espectador não torça para ninguém, assistindo assim um ringue na telona, mas com personagens com personalidades bem definidas e diversas, mais um ponto positivo.
Outra genialidade do longa, quando o espectador acha que acabou, Tarantino usa um flashback para mostrar a verdade dos fatos, coroando o público com uma cereja no delicioso bolo.
Ah, e se você, assim como nós, é fã do Tarantino, lá você terá tudo o que você gosta do diretor e que ele havia um pouco abandonado em “Django Livre”. Agora vamos a história: Durante uma nevasca, o carrasco John Ruth (Kurt Russell) está transportando uma prisioneira, a famosa Daisy Domergue (Jennifer Jason Leigh), que ele espera trocar por grande quantia de dinheiro. No caminho, os viajantes aceitam transportar o caçador de recompensas Marquis Warren (Samuel L. Jackson), que está de olho em outro tesouro, e o xerife Chris Mannix (Walton Goggins), prestes a ser empossado em sua cidade. Como as condições climáticas pioram, eles buscam abrigo no Armazém da Minnie, onde quatro outros desconhecidos estão abrigados. Aos poucos, os oito viajantes no local começam a descobrir os segredos sangrentos uns dos outros, levando a um inevitável confronto entre eles.
O elenco é um caso à parte, todos espetaculares. Até antigos canastrões, como o Kurt Russell, surpreende em um trabalho perfeito. O único que destoa um pouco é o ator Michael Madsen (Joe Gage), que como sempre, peca por sua interpretação por vezes até irritante, por ser tão canastrão. E que delícia ver o Bruce Dern (General Sandy Smithers) e o Tim Roth (Oswaldo Mobray), mas o destaque fica mesmo com a sumida Jennifer Jason Leigh (Daisy Domergue), que faz um trabalho de aplaudir de pé e merece a indicação ao Oscar que teve este ano. A música do mestre Ennio Morricone é a “cereja do bolo” das três horas mais rápidas que você pode ter.
O filme foi indicado a 3 Oscar: Melhor atriz coadjuvante (Jennifer Jason Leigh), Fotografia e Trilha Sonora.
Que tal receber atualizações no seu Facebook ou Instagram? Siga o Viva o Cinema
Comentários