E a polêmica cada vez mais forte! A atriz Charlotte Rampling, indicada pelo filme “45 Anos”, condenou o boicote que atores negros, como Spike Lee, Will Smith e sua esposa Jada Pinkett, Lupita Nyong’o, Tyrese Gibson estão fazendo ao Oscar 2016, dizendo, em entrevista ao Europe 1, que a atitude é “racismo contra os brancos”:  “É complicado saber se esse é o caso, mas talvez os atores negros não merecessem estar na reta final”.

E ela não parou por aí: “Qual a razão de classificar as pessoas? Hoje em dia todo mundo é mais ou menos aceito… as pessoas vão sempre dizer ‘ele é menos bonito’; ‘ele é muito negro’; ‘ele é muito branco’ … alguém sempre vai dizer que você é ‘muito’ [isso ou aquilo] … Mas nós precisamos mesmo criar milhares de pequenas minorias em todo canto por isso?”

Aliás, a Academia anunciou hoje importantes medidas que já serão tomadas a partir do ano que vem para acabar com a polêmica, como dobrar o número de mulheres e pessoas de outras etnias entre seus membros até 2020. As mudanças já valem a partir deste ano, mas não irá mudar nada no Oscar 2016, que ocorre no dia 28 de fevereiro. “A Academia vai tomar a frente do problema em vez de aguardar a indústria”, explicou a presidente Cheryl Boone Isaacs.

Agora, membros da Academia terão direito à voto para o Oscar por um período de dez anos com uma permissão que pode ser renovada, mas somente caso o membro tenha sido ativo na indústria durante a década. Mas nem tudo irá mudar, já que o direito vitalício de votação dos membros ainda existirá, mas será preciso renovar a permissão por três décadas consecutivas ou ter uma estatueta ou indicações.

Uma pesquisa feita pelo Los Angeles Times, em 2012, mostra como a Academia está toda errada em sua atitude, pois  94% dos votantes são brancos, 77% são homens, 2% são negros, 2% latinos e a idade média é de 62 anos. Apenas 14% têm menos de 50 anos.