• Avaliação Viva o Cinema:

Pieces of a Woman é um mergulho na dor de uma perda. Contudo sei que muitos irão dizer que já viram centenas de filmes com esta temática. Mas nenhum tratou tão profundamente da morte de um bebê logo depois que nasce e a dor dos pais após esta tragédia.

Da mesma forma, nenhum colocou o espectador vivendo cada segundo. Desde o momento das contrações, até o parto e a morte do bebê. Então, o cineasta Kornél Mundruczó (Deus Branco) nos coloca como participantes de tudo isso. Portanto, chegando a causar um certo incômodo ver a mulher sentindo tantas dores.

Como se não bastasse, o diretor utiliza imagens para passar as mensagens. Logo na primeira cena aparece o pai dizendo que quer a ponte que estava construindo na cidade ficasse pronta antes da filha nascer. Então a todo momento, a ponte é mostrada inacabada, como se a dor da perda ainda não tivesse passado. Mas em outra cena, em que o casamento mergulha numa crise, plantas aparecem morrendo. Ou seja, as  plantas refletem o espírito deles.

Resenha | Pieces of a Woman (Original Netflix) - Entreter-se

Mais qualidades sobre Pieces of a Woman

O filme não poupa emoção. Mas em nenhum momento cai no melodrama barato. O que é um grande mérito em temas como este. A experiência sentida é daquelas que quando acaba, o espectador ainda fica pensando em tudo que viu.

Até agora não consigo entender como este longa não está indicado ao Oscar de melhor filme. O que passa na cabeça dos membros da Academia?

Vanessa Kirby (Martha) faz uma interpretação contida, sem exageros. Mas passa uma emoção incrível somente com os olhares. Portanto, merece os aplausos e a indicação ao Oscar de melhor atriz. O longa ainda conta com a presença luxuosa de Ellen Burstyn, como a mãe de Martha, que também faz um belíssimo trabalho. Aliás os diálogos entre as duas são um dos pontos altos do filme.

O longa foi indicado ao Oscar de melhor atriz (Vanessa Kirby).