Ponte dos Espiões (Bridge of Spies)

Steven Spielberg, depois de uns filmes fracos, volta a ser o diretor que os cinéfilos adoram aplaudir e faz um longa perfeito e emocionante. A história fala sobre James Donovan, um advogado de seguros, que durante a Guerra Fria é escalado para fazer uma troca de prisioneiros entre os Estados Unidos e a União Soviética.
O grande mérito do longa é escapar do didatismo, o que poderia arruinar o filme. E outro aspecto que tem que se ressaltar, é o equilíbrio de forças mostrados entre os dois países, sem julgamentos nem enaltecendo demais os americanos, muito pelo contrário, pois mostra como a CIA, agência de inteligência dos Estados Unidos, é vilã da história, quando quer o resgate do prisioneiro ianque, só pelas informações secretas que ele poderia dar à URSS, não pela sua vida e quando ignora totalmente um estudante americano que também tinha sido capturado pelos comunistas, como se a vida dele nada valesse.
Outro paralelo que o filme faz é mostrar a paranoia americana, que continua até hoje nos aeroportos daquele país e nos noticiários. A montagem de “Ponte dos Espiões” é perfeita em uma cena em particular, quando o juiz entra na corte e o filme é cortado para umas crianças jurando lealdade à bandeira americana, uma ironia genial ao patriotismo por vezes exagerado deles.
Tom Hanks (James Donovan) atua bem, como sempre. Aliás o elenco todo é eficiente, até as crianças, mas o destaque vai para a excelente interpretação de Mark Rylance (Rudolf Abel), que passa toda a fragilidade do seu personagem com primor.
O texto também é de aplaudir em pé, também, quem escreveu não foi nada menos que os geniais irmãos Coen, diretores de “Fargo”, “Onde os Fracos Não Tem Vez” e tantas outras obras-primas. O filme é baseado em fatos reais e já é um dos grandes cotados para o Oscar 2016.
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