• Avaliação Viva o Cinema:

O tema do radicalismo e do nacionalismo já foram retratados várias vezes no cinema, inclusive no clássico “Laranja Mecânica”, que em uma das primeiras cenas de “Sangue Francês” tem uma homenagem ao longa de Stanley Kubrick, repetindo a cena do espancamento no chão com uma grande similaridade. Fora isso, o filme garante um bom entretenimento, mas para quem tem estômago forte para revoltas. Em ‘Un Français” (título original) vemos o surgimento do nacionalismo e do neonazismo na França da década de 80, até os dias atuais, através da história verídica de um dos principais componentes deste grupo. Podemos dizer que é um “A Outra História Americana” versão francesa.

A história mostra 1985, os baixos escalões do grupo neonazista Frente Nacional Francesa fervem. As ideias daqueles jovens dividem o mundo em uma dicotomia: somos nós vs. eles, brancos vs. negros e árabes. Marco é um skinhead truculento quando se trata de impor seu modo de pensar. Num espaço de duas décadas, ele vai se ver envolvido em uma guerra pessoal contra a onda de imigrações que crê poluir seu país, enquanto participa da ascensão da extrema direita no cenário político francês. Um história de horror sobre um homem e seus conflitos com o mundo à sua volta.

O elenco dá conta do recado, com destaque para Alban Lenoir (Marco), que faz um ótimo protagonista, mostrando bem as nuances e mudanças do personagem. A reconstituição de época também vale a pena ser ressaltada. O roteiro de Diastème, que também dirigiu, tem alguns buracos e faz as reviravoltas muito repentinas, deixando de dar explicações importantes ao espectador.

Filme visto durante o Festival do Rio 2015