• Avaliação Viva o Cinema:

Depois de filmes maravilhosos como “Incêndios” e “Os Suspeitos”, o diretor canadense Dennis Villeneuve traz um longa mais hollywoodiano, mas nisso não tem demérito nenhum, pois a sua assinatura primorosa está a todo instante.

A história gira em torno da agente Kate Mercer (Emily Blunt) que é escalada para ajudar em uma operação de combate ao chefe do cartel de drogas do México. Mas não ache que vai var um filme à la Bruce Willis, pois o foco aqui é o limite ético deste tipo de trabalho. Mas claro que tem cenas de ação de tirar o fôlego, como a cena de abertura do longa e o do engarrafamento.

O roteiro é muito bem construído no contraponto entre os personagens de Blunt e o de Josh Brolin. Ela é mais moderada, ele mais radical, com uma mentalidade mais alinhada aos Estados Unidos de George W Bush. E neste embate que o espectador é levado a pensar sobre a ética e até onde se pode ir no combate ao crime sem se tornar um criminoso. E no final do longa, temos uma grande revelação, marca registrada do trabalho de Villeneuve.

As cenas mais impactantes do filme são a do engarrafamento e a do túnel, onde vemos toda a maestria do diretor em fazer o espectador embarcar na tensão aos poucos até o final delas. Emily Blunt mostra mais uma vez uma incrível versatilidade e faz um belíssimo trabalho, nem lembrando da secretária invejosa de “O Diabo Veste Prada” ou a camponesa de “Caminhos da Floresta”. O eterno “goonie” Josh Brolin (Matt Greaver) não consegue se livrar das caras e bocas características do seu trabalho. Mas quem rouba a cena, mais uma vez, é Benício Del Toro (Alejandro), com uma interpretação espetacular.

Filme foi indicado à Palma de Ouro em Cannes este ano.