To Leslie
Antes de mais nada, To Leslie é um filme sobre empatia e sobre preconceitos. Então acompanhamos a história, baseada em fatos reais, de uma mulher que perde um prêmio milionário que ganhu na loteria. Mas a personagem não torrou o dinheiro por má gestão e sim pelo seu vício em drogas e álcool.
E o roteiro trabalha isso brilhantemente. Ou seja, vemos na tela todas as nuances de uma doença. Todas as oportunidades que a protagonista tem de melhorar de vida e joga fora. Contudo, não há como sentir raiva dela, pois o seu instinto de auto-destruição não tem controle.
Além disso, o roteiro trabalha muito bem o fato de como a sociedade gosta de julgar, humilhar e menosprezar aqueles que precisam apenas de um cuidado, de alguém que realmente a ame. Ou seja, é uma jornada a subjetividade da protagonista.
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A direção do longa também é digna de aplausos, com uma câmera quase que estática, acompanhando cada passo da protagonista. Além disso, o roteiro provoca uma reflexão ao espectador: se vc fosse filho, familiar de Leslie teria empatia?
Contudo, o roteiro não escapa de alguns clichês deste sub-gênero de filme, a relação de amor entre a protagonista e Sweeney (Marc Maron) é construída de uma forma meio abrupta. Assim como falta profundidade nas cenas da relação da personagem com seu filho, James (Owen Teague)
Mas aqui vou fazer um parágrafo para aplaudir de pé interpretação de Andrea Riseborough (Leslie). Que trabalho profundo, que poderia facilmante cair na caricatura. Contudo a atriz consegue variar da agressividade, para a melancolia, e para os momentos de bebedeira com um talento impecável. Mereceu com louvor a indicação ao Oscar de melhor atriz.
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