Tudo Vai Ficar Bem (Every Thing Will Be Fine, 2015)

O consagrado diretor Wim Wenders (“Paris, Texas”) mostra a sua versatilidade em um filme diferente de tudo que ele já fez, mais padrão Hollywood. E antes que achem, não isso não é demérito para o filme. Outro aspecto positivo do longa é a ironia com a profissão de escritor, tema já tratado no clássico “Louca Obsessão”, mas aqui em uma outra vertente, fazendo o protagonista, interpretado por James Franco, vender mais livros após viver uma tragédia.
Falando do elenco, muitos criticaram a atuação de James Franco (Thomas), mas ele mostra a sua versatilidade como ator, depois do desastroso “A Entrevista”, em que ele fazia um personagem meio panaca, aqui ele consegue transmitir a seriedade necessária e a angústia do personagem, com a sua voz sussurrante e com os olhos apertados. Charlotte Gainsbourg, que faz a mãe fria após a morte de um filho, também dá conta do recado, mas o seu personagem é muito pequeno para o tamanho do seu talento.
Os movimentos de câmera também impressionam, mostrando um distanciamento, fazendo com que o espectador se sinta testemunha de toda a situação. Além disso, nos momentos de diálogo, a câmera faz um close-up no rosto de quem está falando, ou seja, parece que o personagem está dando a sua versão, falando diretamente com o público. Único porém do longa são as passagens de tempo, um pouco rápidas demais para a dramaticidade que o filme tinha que passar, mas nada que atrapalhe tanto o efeito final.
A sinopse: Em uma noite de inverno, um acidente muda a vida de um grupo de pessoas. Tomas, um romancista, não tem culpa de ter freado tarde demais. Nem o pequeno Christopher, que podia ter vigiado melhor seu irmão mais novo. Nem Kate, a mãe dos dois, que podia tê-los botado para dormir mais cedo. A vida de Tomas entra em colapso pela culpa que sente. Quando Christopher completa 17 anos, ele decide encarar novamente o homem que vira apenas uma vez, naquela noite fatal.
Filme visto durante o Festival do Rio 2015
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