• Avaliação Viva o Cinema:

Antes de mais nada, A Baleia é um filme sobre rótulos e como a sociedade pode ser cruel e preconceituosa. Charlie (Brendan Fraser) é um professor obeso que tem vergonha de sua condição física. Então, com medo do preconceito, se esconde até sua imagem nas aulas de um curso online no qual é dá aula.

Mas o diretor Darren Aronofsky também aborda o preconceito em geral. Como ao do missionário religioso, assim como da condição bissexual do protagonista. Ou seja, ao contrário do que alardeiam por aí, é um grito contra o preconceito.

Para começar o preconceito que Charlie tem de si próprio. Além disso, ele é chamado de nojento pela própria filha, com quem tem uma relação atribulada. O “nojento” é um rótulo que a sociedade gruda nos obesos. Quando deveríamos motivá-los a procurarem tratamentos. Charlie tem tanto medo do preconceito, que nem hospital ele aceita ir para se cuidar.

Mais sobre A Baleia

Aronofsky nunca se ausentou de polêmicas, vale lembrar Cisne Negro e Requiém Para um Sonho. Então, assim como nos já citados, ele mais uma vez vem com um tema espinhoso. Entretanto, faz um filme extremamente profundo e emocional. É um daqueles longas que quando acaba, o espectador fica analisando e relembrando. Além disso, a conexão entre Brendan Fraser e Hong Chau (Liz) é digna de muitos aplausos. Um filme todo feito dentro de um apartamento que nos leva a refletir sobre como somos ainda preconceituosos.

Mas preciso destacar a interpretação incomparável de Brendan Fraser e como ele encarna todas as camadas de um personagem tão complexo. Conheço a carreira do ator desde um filme dos anos 90, Código de Honra, em que ele já mostrava seu talento. Depois entrou em baixa com filmes com qualidade questionável e agora volta com tudo. Enfim, se Fraser não ganhar o Oscar de melhor ator, não consiguirei mais entender a Academia.

A Baleia foi indicado a 3 Oscacrs: melhor ator (Brendan Fraser), melhor atriz coadjuvante ( Hong Chau) e melhor maquiagem e penteado.