• Avaliação Viva o Cinema:

Primeiramente é preciso afirmar que o filme é baseado em fatos reais. Na primeira cena de A Sociedade da Neve é mostrada a região da Cordilheira dos Andes e uma voz narrando: “13 de outubro de 1972, um avião uruguaio se choca na Cordilheira dos Andes. A Bordo 40 passageiros e 5 tripulantes”

Além disso, a voz traz à tona um questionamento sobre o ocorrido: “foi uma tragédia ou um milagre?” A imprensa chilena tratou, na época como um milagre.

Mas a voz continua narrando: ” O que acontece quando o mundo te abandona? Quando não tem roupa e está congelando? Quando você não tem comida e tá morrendo?”

Então, em outro momento, nos primeiros dez minutos, um personagem pergunta para outro: “Já pensou que esta pode ser a nossa última viagem juntos?” Ou seja, há todo momento o roteiro nos prepara por o que vai ocorrer logo.

Em mais um momento, a voz continua narrando dizendo que a maioria daqueles jovens foram criados com carinho e para muitos aquela foi a primeira viagem ao exterior. Isso começa a criar empatia com o espectador. Assim como quando mostra alguns personagens antes da tragédia. Ou faz questão de identificar os mortos com seus nomes e idades. Afinal eram seres humanos e não apenas números.

Mais sobre A Sociedade da Neve

Este é o terceiro filme sobre a tragédia. O mais notável foi Vivos, ainda na década de 90. Mas ao contrário de Vivos, aqui não há sensacionalismo. Mostra sim, de maneira visceral o terror psicológico daqueles que decidem que tem que comer os corpos dos mortos para sobreviverem.

A câmera mostrando um avião lotado com zoom dá uma sensação de claustrofobia. Assim como quando mostra o interior da aeronave após a tragédia. A câmera passa a sensação de prisão. Mas quando mostra eles fora do avião, em campo aberto, mostra bem a sensação de solidão.

Aliás, os trabalhos de som e câmera neste filme são de aplaudir de pé. Então mereciam indicações ao Oscar. Assim como também o roteiro, que é muito bem desenvolvido.

Além disso, as cenas do acidente aéreo são as mais realistas da história do cinema. Contudo, como nada é perfeito, aqui há um uso excessivo de música para forçar uma emoção que já existe. A situação em si já é bem aflitiva.

O filme foi indicado a melhor filme internacional