• Avaliação Viva o Cinema:

Guerra Civil é mais um exemplar de um road movie. Este subgênero já teve filmes de drama, suspense, ficção, ação, aventura, enfim, o que não faltam são exemplares de road movies em Hollywood. Ou seja, se espera um filme de guerra, vai se decepcionar. Pois, ao contrário do que diz o titulo, o filme está mais para um road movie.

A história mostra um grupo de jornalistas indo de Nova York até Washington D.C para documentar o que está ocorrendo no coração político de um Estados Unidos convulsionado, em guerra civil. Mas o roteiro peca pela falta de profundidade sobre o conflito. O que defende cada grupo? Isso não é explicado no longa, o que faz com que o espectador não tenha identificação com nenhuma das causas. A parte política, que deveria ser o aspecto mais profundo do roteiro, é tratada de maneira extremamente rasa. Contudo, o filme mostra bem o que pode ocorrer quando a política é polarizada.

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Os dois repórteres ( Wagner Moura e Stephen McKinley Henderson) e as duas fotojornalistas (Kirsten Dunst e Cailee Spareny) acompanham tropas de uma aliança militar que quer depor um presidente golpista. Mas volto a repetir, o que estes guerrilheiros defendem no filme? Isso não é esclarecido. O filme de Alex Garland faz uma crítica de como a realidade é mostrada hoje através da TV, redes sociais e jornalismo. Mas ao mesmo tempo faz uma homenagem ao fotojornalismo.

O longa também nos traz reflexões importantes através dos olhares dos 4 protagonistas. Outro erro no roteiro é apresentar personagens demais e não se aprofundar em nenhum deles. Com isso, o espectador não cria empatia e o roteiro fica raso.

Esta é a maior produção da história da A24, US$50 milhões e contou com um marketing extremamente agressivo. Vale lembrar que este ano tem eleições presidenciais nos EUA, então a discussão sobre a polarização é importante. Tem até motivos que justifiquem uma Guerra Civil, um presidente fascista que está no terceiro mandato, rasgou a Constituição e fechou todas as instituições democráticas, mas isso não é aprofundado no longa. O trailer criou uma expectativa de um filme com mais ação, mas o que se vê na telona é um longa bem mais lento, se preocupando mais em fazer uma homenagem ao fotojornalismo, que acaba virando o tema principal do filme.