• Avaliação Viva o Cinema:

O filme Io Capitano (Eu, Capitão) começa com um belo panorama da Vila que o Seydou mora. Ou seja, apesar da pobreza, aquele povo acredita em dias melhores.Contrário a isso está Seydou, que em uma conversa com a mãe , ele expressa o desejo de ir embora. Já que não aguenta mais a pobreza. A mãe lembra que muitos morreram na travessia. Nada mais atual do que discutir o drama dos refugiados.

E Io Capitano toca fundo neste problema, o espectador não é poupado. De acordo com o diretor Matteo Garrone, um dos melhores cineastas italianos da atualidade, o filme se baseia na história real de três jovens que queriam emigrar para a Europa. Tem uma cena muito bonita quando Seydou está na escola e olha para frente com um olhar de esperança, como se visse um futuro melhor para ele.

Quando Seydou vai com um amigo visitar o atravessador o filme levanta algumas polêmicas: Será que realmente serão mais felizes na Europa? Será que vale a pena todos os riscos? E eles falam da crise dos refugiados quando diz que na Europa já tem várias pessoas dormindo nas ruas.

E o esforço é tanto para emigrar, que eles tem que trocar até de identidade e nacionalidade, esquecendo quem realmente são.

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Então, tem um momento em que a câmera, já no deserto, filma em campo aberto mostrando toda a solidão dos refugiados. Além disso, mostra como eles são tratados como bichos em um caminhão lotado. Esta cena impressiona.

Durante a travessia, são mostrados corpos dos que tentaram a mesma coisa e morreram no caminho e no fundo toca uma música dramática e tensa. É como se o diretor quisesse perguntar: Até quando irão fechar a entrada dos refugiados? Até quando vamos ver este drama e não fazer nada?

Uma cena tocante é quando uma das refugiadas cai no meio do caminho e Seydou volta para ajudá-la. As lágrimas do ator Seydou Sarr dói na alma, tudo por causa da grande interpretação do ator. O protagonista muitas vezes é deixado em segundo plano para mostrar todo o horror que os refugiados passam, de extorsão à tortura. Ou seja, o espectador não é poupado de nada. E tem algumas cenas lindas e poéticas de realismo fantástico, bem comum na filmografia de Matteo Garrone.

Enfim, o longa foi indicado ao Oscar de melhor filme internacional.