• Avaliação Viva o Cinema:

Logo na primeira cena de Maestro, Leonard Bernstein (Bradley Cooper) diz que a arte tem que ser provocadora. Mas a vida e as obras dele são tratadas de forma superficial. O longa seria para tratar da vida de Bernstein. Contudo o que vemos com mais profundidade é a vida de Felicia Montealegre (Carey Mulligan).

Bernstein ficou conhecido quando foi chamado para substituir Bruno Walter na regência da Orquestra Filarmônica de Nova York. Então vemos um belíssimo plano sequência mostrando o quarto de Leonard em uma casa de espetáculos com poucas tomadas. Este é um dos pontos altos do longa. Bernstein ficou famoso pelo musical Amor, Sublime Amor e pela trilha do clássico O Sindicato de Ladrões, entre outros.

Mas um aspecto incomoda no filme. O título é O Maestro, mas os momentos altos do longa são quando Bernstein está com Felicia ou quando ela aparece sozinha. Parece que estamos assistindo mais a cinebiografia dela do que dele. Contudo isso se deve ao fato da família de Bernstein ter supervisionado o longa e muito ficou escondido da sua biografia.

A montagem do filme tem momentos brilhantes, como quando mostra Felicia se abaixando para agradecer a plateia pelos aplausos e logo depois mostra Bernstein se levantando depois de também receber aplausos. É um filme tecnicamente muito bom, a fotografia, a direção de arte, os figurinos são excelentes, mas a sensação final do espectador é que falta alma, que falta mais detalhes e polêmicas sobre a vida de Bernstein.

Mais sobre O Maestro

Além disso, o longa mostra que o amor entre eles é intenso, mas ao mesmo tempo é livre. Fala da bissexualidade de Bernstein e como Felicia aceitava isso, mas ao mesmo tempo queria um casamento convencional. Este conflito é bem interessante de acompanhar. Contudo, mostra que com o tempo a relação entre eles foi se desgastando, não deixando nenhum dos dois feliz. Isso é mostrado em uma entrevista em que o Maestro diz que ambos tiveram crises de depressão. E em outro diálogo, falam que algo em Felicia “murchou”, talvez pela infidelidade do Maestro.

É um filme tecnicamente muito bom, a fotografia, a direção de arte, os figurinos são excelentes, mas a sensação final do espectador é que falta alma, que falta mais detalhes e polêmicas sobre a vida de Bernstein. Como o filme foi realizado com a supervisão da família do Maestro, parece que muito ficou escondido sobre sua biografia. Além disso, Bradley Copper e Carey Mulligan arrasam na interpretação

O longa foi indicado a 7 Oscar: melhor filme, ator (Bradley Cooper), atriz (Carey Mulligan), fotografia, trilha sonora, som, maquiagem e penteado.