• Avaliação Viva o Cinema:

Antes de mais nada, já podemos afirmar que após Triângulo da Tristeza, o diretor  Ruben Östlund se consagrou em definitivo. Após os excelentes The Square e Força Maior, o cineasta sueco vem com mais um grande filme.

Então na primeira cena, o roteiro já apresenta um dos assuntos do longa. Uma crítica ácida a questão da fama fácil, grifes e rótulos. Logo nas primeiras cenas, o casal de protagonistas usa uma frase que resume tudo “é tudo sobre dinheiro”. Do mesmo modo, esta frase permeia todo o roteiro.

Já no segundo capítulo, no iate, Carl e Yaya são apresentados há alguns casais. Um vende agrotóxico que nos envenena. Outro casal teve seu lucro fabricando granadas. Enquanto o casal de protagonistas fazem tudo, até manter uma relação de aparências, para virarem influencers e ganharem clicks no Instagram.

E a direção capricha em um quesito, de evitar zooms. Aqui a câmera está sempre aberta, mostrando o vazio que são suas vidas.

Triângulo da Tristeza': Entenda a história do indicado ao Oscar

Mais sobre Triângulo da Tristeza

Aqui não vai spoilers, pois o que for dito está na sinopse e no trailer.

Então tem a cena do naufrágio, que ocorrem sim algumas escatologias. Mas tudo isso é feito como se fosse uma limpeza na alma corrompida de todos os milionários do cruzeiro.

E quando eles chegam na praia, começam a ter umas mudanças, como se passassem mesmo por uma limpeza. Contudo, o mais interessante que agora eles receberão ordens de uma camareira. E esta funcionária trata os hóspedes com todo rigor, como uma vingança. E o roteiro faz isso com brilhantismo, tendo até um certo humor negro. Enfim, os 150 minutos do filme passam rápido graças a um roteiro bem construído, uma direção firme e atores entrosados.

O longa foi indicado a 3 Oscars: Melhor filme, diretor e roteiro original. Além disso, ganhou a Palma de Ouro em Cannes em 2022.